
No ano de 1819 um oficial do exército francês, Charles Barbier, procurou o recém-criado
Institute Nationale des Jeunes Aveugles, em Paris, com uma novidade: um processo de
escrita codificada e expressa por pontos salientes numa folha de papel. Em sua idéia, era
possível reproduzir 36 sons básicos da língua francesa, uma vez que o sistema estivera
sendo utilizado com sucesso por anos seguidos pelo exército francês na transmissão de
mensagens durante a noite, nos campos de batalha, sem chamar a atenção dos inimigos
entrincheirados nas proximidades.
Alguns anos mais tarde, um jovem educador cego, Louis
Braille, baseado na idéia apresentada por Barbier e na
experiência acumulada com a utilização continuada
daqueles pontinhos em relevo, desenvolveu um sistema
seu, já pelo ano de 1825, também de pontinhos em relevo,
que podiam não apenas ser lidos, mas também produzidos
com facilidade pelos cegos com instrumentos bastante
simples. Na combinação de apenas 6 pontinhos em relevo,
Lous Braille garantia 96 símbolos para letras comuns e
acentuadas, números, pontuação e outros mais.
A adoção do sistema em toda a França ocorreu apenas no ano de 1854, dois anos após a
morte de Louis Braille. E um ano após essa auspiciosa tomada de posição, o Governo
Imperial Brasileiro fez aquela que seria a primeira encomenda internacional. As primeiras
regletes, punções, chapas para escrita e os primeiros livros de pontos combinados em
relevo, chamados de “Escripta pelo Méthodo Braille” chegaram ao Brasil em 1856, tendo
sido uma doação pessoal do Imperador Dom Pedro II ao novo Instituto Imperial dos MeninosCegos do Rio de Janeiro (hoje, Instituto Benjamin Constant).
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