terça-feira, 14 de agosto de 2012

UMA LIÇÃO DE VIDA...



O Fantástico mostra uma história linda que o repórter Elton Novais descobriu em Belo Horizonte. É a história de um pai, naquilo que um pai tem de melhor: a busca pela felicidade do filho. 

Felipe tem 13 anos. Durante o parto, a falta de ox

igênio no cérebro de Felipe provocou uma paralisia motora. Felipe não pode andar, a família faz de tudo pela felicidade dele. Ele vai para a escola, lê, faz contas, entende tudo normalmente. Está na sétima série, a mesma de qualquer criança na idade dele. Gosta de ver os colegas na Educação Física e se diverte quando aparece um Bola Murcha.

Mas Felipe sente falta de jogar bola com os meninos, um problema sem solução. Ou melhor, um problema que só um pai criativo e apaixonado pelo filho poderia resolver. Alexandro mandou fazer uma bota especial. Pai e filho, agora, são um jogador só.

Na estreia da dupla, eles já marcaram o primeiro gol. Pai e filho também fizeram o segundo gol e a dupla fez o terceiro gol. Quem faz três gols quer pedir música.

“Fala para o Schmidt, ‘eu quero tchu, eu quero tcha. Eu quero tchu, tcha, tcha, Tcha”, incentiva Alexando, pai do menino.

Vários jogadores, profissionais, fizeram três gols durante a semana, ou até mesmo no sábado, e não puderam pedir música no fantástico. Porque é só no domingo que vale. Temos o regulamento muito sério, muito rígido, e não podemos deixar de cumprir.

“Oh Tadeu, deixa o Felipe pedir música”, pediram, em coro, os colegas do Felipe.

Olhando mais uma vez, cuidadosamente, o regulamento. Encontramos o artigo 101, que diz claramente o seguinte, quando o artilheiro é um moleque fera, chamado Felipe, pode pedir quantas músicas quiser.

“É a realização de um sonho de toda uma família, de uma estrutura. É mais que um título mundial, é mais que um prêmio de mega-sena, é amor puro”, conta Alexandre Faleiro, advogado e pai do menino.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Vale a pena viver!




Bicampeão mundial e sul-americano de paracanoagem, ele apresenta o quadro “Desafio sem limite”
Foto: Arquivo Pessoal
Bicampeão mundial e sul-americano de paracanoagem, ele apresenta o quadro “Desafio sem limite”ARQUIVO PESSOAL
A passagem pelo reality “BBB 2” tornou mais conhecido o então modelo Fernando Fernandes. Mas um acidente de carro, em julho de 2009, mudou os rumos de sua história. Sem os movimentos das pernas, Fernando encontrou no esporte um novo sentido para a vida. Bicampeão mundial e sul-americano de paracanoagem, a partir deste domingo ele estreia um quadro no “Esporte espetacular”, a partir das 9h35m, na Globo, batizado de “Desafio sem limite”, no qual enfrenta provas radicais.
O GLOBO: Quais desafios você vai encarar?
FERNANDO FERNANDES: Participei da maratona da Disney em uma bicicleta adaptada, esquiei em Aspen, fiz canoagem no Rio São Francisco e participei de uma corrida de aventura em Goiás, entre outros.
Como surgiu essa oportunidade?
FERNANDO: Numa conversa com a Rosane Araújo (editora-chefe do “Esporte espetacular”), contei que estava praticando algumas atividades esportivas radicais e gravando tudo. Ela achou interessante e resolveu transformar minha iniciativa no quadro.
O que isso representa para você?
FERNANDO: Busquei tais desafios para me reencontrar como atleta e provar, para mim mesmo, que sou capaz. Espero agora influenciar outras pessoas, que se sentem inferiorizadas por conta de uma lesão ou de uma deficiência. Quero romper barreiras e incentivá-las a fazer o mesmo.
Antes de sua vida mudar, o esporte já fazia parte dela?
FERNANDO: Sou apaixonado por esporte e ele sempre esteve muito presente na minha vida. Joguei nas categorias de base de alguns clubes de futebol, até me profissionalizar, também lutei boxe e fiz faculdade de Educação Física.
Como foi seu contato com a canoagem?
FERNANDO: No começo, foi bem complicado. Fui o primeiro brasileiro cadeirante a praticar a paracanoagem, então não tive com quem aprender, nem para quem pedir dicas sobre a adaptação, pois para os amputados ela é diferente. Fui obrigado a descobrir tudo sozinho, mas hoje me orgulho disso, pois sei que ajudei a influenciar outros paratletas.
Você foi modelo e lidou muito com a vaidade, como encara hoje o fato de ser cadeirante?
FERNANDO: Sei que não faço mais parte de um padrão estético imposto pela sociedade, mas com certeza ainda sirvo de modelo ou de exemplo para muitas situações, principalmente, para motivar muitas pessoas. Fico muito feliz com isso!

quarta-feira, 21 de março de 2012


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Especialistas falam sobre acessibilidade e TV digital



A digitalização da TV aberta promete uma série de novas funcionalidades aos seus usuários. Para os telespectadores com necessidades especiais, há esperança de equipamentos e serviços desenhados sob medida para as suas carências. Atentos a esse público, a equipe de quase dois mil profissionais e estudantes por trás das recomendações do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) não descansou.
Sobre o assunto, a repórter Manuela Allain Davidson conversou com dois dos pesquisadores envolvidos no trabalho do SBTVD. Álvaro Costa é engenheiro eletricista e trabalhou na especificação de um controle remoto para TVD interativa. Lara Piccolo é engenheira de computação e atuou no desenvolvimento de serviços e aplicações para esta nova televisão e trabalha na diretoria do CPqD. Ambos dedicaram boa parte de seus esforços a modelos que facilitassem a vida do deficiente. Leia a íntegra da entrevista nas linhas que seguem.
JC Online - De que forma você acha que a tecnologia pode promover a inclusão de cidadãos com necessidades especiais?
LARA – Primeiramente, a tecnologia possibilita o acesso à informação por pessoas com deficiência. Um exemplo é a utilização de programas leitores de tela por cegos, que possibilitam a navegação na internet. No caso da TV, ter acesso à mesma informação que a maior parte da sociedade é um grande passo para inclusão do cidadão. Com a TV digital, essa inclusão pode ir além. Podem ser oferecidos serviços acessíveis a toda população que tragam alguma melhora na qualidade de vida, como serviços de t-gov, que significa o oferecimento de governo eletrônico pela TV.
ÁLVARO - Sem dúvida, nada melhor do que tecnologia para promover a inclusão de cidadãos com necessidades especiais. Mesmo a nossa conhecida TV analógica já possui recursos tecnológicos como SAP e closed caption que permitem a dublagem, a áudio descrição e o envio de legendas. Com a entrada da TV Digital no Brasil, as possibilidades serão infinitas. A capacidade da TVD de envio de múltiplas aplicações ao usuário, essas podendo ser desenvolvidas especificamente para cada tipo de necessidade especial em conjunto com o canal de interatividade, abrem as portas do mundo da informação ao cidadão com necessidades especiais. O limite será a capacidade de investimento e a criatividade para a geração de conteúdo.
JC Online - Há leis no Brasil que estimulem essa inclusão via radiodifusão?
LARA – Há um conjunto de leis e normas que regulamentam o oferecimento de programação acessível na TV. Dentre elas estão a Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000; o Decreto Lei 5.296 de 2 de dezembro de 2004; a Norma Complementar 01/2006 do Ministério das Comunicações; e a Norma Técnica ABNT NBR 15290:2005. Esse conjunto define regras e diretrizes para oferecimento de áudio descrição, legenda oculta (closed-caption) e janela de Libras, tanto na TV analógica quanto na TV digital, via radiodifusão. Esses recursos visam basicamente à acessibilidade do conteúdo audiovisual, com exceção da Norma Complementar que menciona a existência de menus interativos na TV. Com o oferecimento de interatividade na TV digital, esse conceito de acessibilidade tem que ser expandido, pois pode haver novas formas de utilização da TV, como maior apresentação de textos ou navegação por páginas, similar ao que ocorre na internet.
JC Online - Na sua opinião, por que não se vê programas com legendas ou traduções simultâneas em libras na TV aberta?
LARA – Pelo que tenho acompanhado, são poucos os programas que oferecem esses recursos e em muitos casos, a qualidade fica aquém do esperado. É importante que esses programas sejam ofertados porque podem ser as únicas fontes de informação de cidadãos com deficiência. E eles não são os únicos beneficiados. A legenda, por exemplo, pode ser um recurso importante também para imigrantes e estudantes. A TV digital trará novas possibilidades para oferecimento desses recursos de acessibilidade. A janela de Libras, por exemplo, ocupa boa parte da tela e  pode ser vista como um incômodo pela maioria dos telespectadores. Com a TV digital, essa janela pode ser opcional (como definido pela Norma Complementar 01/2006).
ÁLVARO - A representação das minorias sempre vai depender do poder que as apóie. Sem a participação e comprometimento dos governantes, estabelecendo uma regulamentação voltada a inclusão dos cidadãos com necessidades especiais, e exercendo a efetiva fiscalização do cumprimento desta regulamentação pelas emissoras de TV, será sempre mais difícil disponibilizar esses recursos. A norma complementar nº 01/2006 já é um começo, mas os prazos impostos por ela para a implementação dos recursos para a inclusão de cidadãos com necessidades especiais são muito longos para um país como o Brasil, tão carente nos setores de Educação e acesso a informação.
JC Online - O que você acha que falta no País para que as leis que promovem essa inclusão saiam do papel?
LARA - Talvez um pouco mais de fiscalização efetiva da programação e um posicionamento mais forte da sociedade em relação à oferta de conteúdos acessíveis. É preciso que haja comprometimento articulado entre todos os atores envolvidos para que a programação possa ser desfrutada por uma parcela da população cada vez mais ativa na nossa sociedade. E quanto maior a inclusão dos cidadãos com deficiência, mais eles poderão se organizar para reinvindicar a qualidade dos serviços.
ÁLVARO - Vontade política para a representação dos cidadãos com necessidades especiais.