Tomaz, de 27 anos, participou do concurso Mister Deaf International. No mesmo concurso, brasileira foi eleita Miss Deaf International.
Tomaz foi eleito o surdo mais bonito da América (Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)
Tomaz tem 27 anos e fez graduação na UFSC
(Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)
(Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)
Um morador de Florianópolis
de 27 anos foi eleito um dos surdos mais bonitos do mundo e o mais
bonito da América no concurso Mister Deaf International. No mesmo
concurso, que ocorreu dia 30 de julho, na Bulgária, a brasileira Lais
Gonçalves foi a vencedora e se tornou a Miss Deaf International.
Tomaz Beche Estivalate tem graduação em Letras Libras pela Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC), é professor, ator, tradutor e modelo.
Ele conta que já participou de outros concursos e em um deles concorreu
também com ouvintes. Porém, neste ano o concurso foi exclusivamente
para surdos.
Tomaz e Lais participaram de concurso internacional (Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)
Segundo Tomaz, ainda criança participou de grupos de teatro da
associação dos surdos, na escola e em encontros com amigos. Depois, ao
ingressar na universidade, iniciou o trabalho como ator/tradutor na
comunidade surda em todo Brasil. "Foi então que me tornei conhecido
nacionalmente. Já o trabalho como modelo, iniciei aos 14 anos", disse.
Apesar de trabalhar como modelo desde os 14 anos, a participação em
desfiles é recente. Em 2009, Tomaz foi convidado para o concurso, mas
não aceitou. Depois, em 2010, participou e gostou da experiência.
"Resolvi ir mais longe. Em 2013, fui selecionado para representar o
Mister Brazil na comunidade surda. Fiquei muito contente por ser
escolhido", disse ele.
Além disso, a experiência vai além do título. "Conheci novas pessoas
surdas no evento, aprendemos juntos, nos comunicamos através de sinais. É
uma língua universal. Esse encontro foi muito bom, é uma nova
experiência e é importante para o público ver que pessoas surdas são
capazes e têm sua beleza", disse.
De acordo com ele, nunca sentiu preconceito no dia a dia, mas na
carreira já perdeu oportunidades por ser surdo. "Na agência de modelo,
fui fazer uma entrevista e o diretor/estilista me pediu desculpas, mas
que não havia mais vagas. Senti que era porque sou surdo. Por falta de
experiência, eles têm medo que eu erre por isso. Mas para trabalhar como
modelo não é necessário ouvir, mas necessário olhar e desfilar. Tenho
um corpo para isso e meu perfil já está incluído", contou ele.
Rapaz tem 27 anos, é professor, ator e modelo
(Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)
(Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação)
Já quanto à beleza, percebe vantagens e desvantagens. "Eu sofri toda
minha vida. Sempre quis melhorar, porque sou muito exigente. Eu me
irrito, mas no fundo gosto dos meus defeitos e aprendi conviver com
eles", disse.
Após o concurso, conforme Tomaz, começaram a surgir convites. "Estou
sendo convidado para fazer entrevistas no jornal, revista, TV. Dar uma
palestra sobre minha experiência no concurso. E também para fazer novas
campanhas", completa.