segunda-feira, 30 de abril de 2012

Vale a pena viver!




Bicampeão mundial e sul-americano de paracanoagem, ele apresenta o quadro “Desafio sem limite”
Foto: Arquivo Pessoal
Bicampeão mundial e sul-americano de paracanoagem, ele apresenta o quadro “Desafio sem limite”ARQUIVO PESSOAL
A passagem pelo reality “BBB 2” tornou mais conhecido o então modelo Fernando Fernandes. Mas um acidente de carro, em julho de 2009, mudou os rumos de sua história. Sem os movimentos das pernas, Fernando encontrou no esporte um novo sentido para a vida. Bicampeão mundial e sul-americano de paracanoagem, a partir deste domingo ele estreia um quadro no “Esporte espetacular”, a partir das 9h35m, na Globo, batizado de “Desafio sem limite”, no qual enfrenta provas radicais.
O GLOBO: Quais desafios você vai encarar?
FERNANDO FERNANDES: Participei da maratona da Disney em uma bicicleta adaptada, esquiei em Aspen, fiz canoagem no Rio São Francisco e participei de uma corrida de aventura em Goiás, entre outros.
Como surgiu essa oportunidade?
FERNANDO: Numa conversa com a Rosane Araújo (editora-chefe do “Esporte espetacular”), contei que estava praticando algumas atividades esportivas radicais e gravando tudo. Ela achou interessante e resolveu transformar minha iniciativa no quadro.
O que isso representa para você?
FERNANDO: Busquei tais desafios para me reencontrar como atleta e provar, para mim mesmo, que sou capaz. Espero agora influenciar outras pessoas, que se sentem inferiorizadas por conta de uma lesão ou de uma deficiência. Quero romper barreiras e incentivá-las a fazer o mesmo.
Antes de sua vida mudar, o esporte já fazia parte dela?
FERNANDO: Sou apaixonado por esporte e ele sempre esteve muito presente na minha vida. Joguei nas categorias de base de alguns clubes de futebol, até me profissionalizar, também lutei boxe e fiz faculdade de Educação Física.
Como foi seu contato com a canoagem?
FERNANDO: No começo, foi bem complicado. Fui o primeiro brasileiro cadeirante a praticar a paracanoagem, então não tive com quem aprender, nem para quem pedir dicas sobre a adaptação, pois para os amputados ela é diferente. Fui obrigado a descobrir tudo sozinho, mas hoje me orgulho disso, pois sei que ajudei a influenciar outros paratletas.
Você foi modelo e lidou muito com a vaidade, como encara hoje o fato de ser cadeirante?
FERNANDO: Sei que não faço mais parte de um padrão estético imposto pela sociedade, mas com certeza ainda sirvo de modelo ou de exemplo para muitas situações, principalmente, para motivar muitas pessoas. Fico muito feliz com isso!